Apagando suas pegadas...
Estava eu vagando, quase desanimando, abdicando de me encantar. Com medo, muito medo, de outra vez me enganar, de voltar... A não acertar. De repente surge você de hábitos tão diferentes, mas aludindo querer mudar. Aí, eu entrei de cabeça, não quis nem saber, o que eu queria era amar.
Eu que sempre fora tão coerente, tão centralizado e exigente... Como pude assim me equivocar? Acho que foi acreditando que por sermos gente, logo, podemos nos reparar. De sonho em sonho fui tecendo a minha teia de amor, ansiando que você tivesse o valor, que meu coração pedia, mas isso era bem mais do que você podia.
Oh Céu... Quanto engodo, quanta 'mentirinha'... Quis-lhe tanto mulher, que até mesmo cismei, que já eras minha. De tanto lhe amar, de tanto em você, não conseguir confiar, e mesmo com tamanho tesão e paixão, opto, por lhe renunciar.
Estou tirando você de mim... Estou apagando suas pegadas, saindo em definitivo de você. Libertando-me da tormenta, da alucinante e vil paranóia, de tanto assim lhe querer. Agora está menos sofrível, estando cá me repensando, me estimando e constatando o quanto foi horrível, lhe amar tanto assim... Estou me amando!
Não tens nenhuma culpa, foi eu que em desequilíbrio construí toda essa loucura, esse raro burgo de ilusões, onde habitaram somente as minhas emoções. Hoje em harmonia, retomo a minha alegria, o leme de meu existir. Sou de novo meu dono... Voltei a ser 'eu' e até mesmo a sorrir!
Antônio Poeta